Em reunião de emergência realizada no dia 17, na sede da entidade, em Novo Hamburgo/RS, os calçadistas definiram orientações para fabricantes, para a precaução quanto à saúde dos colaboradores, como higienização dos ambientes de trabalho, transportes, redução de viagens e visitas, entre outras questões.
Na oportunidade, também foram elencados os pleitos que estão sendo levados ao Governo Federal, no sentido de minimizar os impactos sobre a produção do setor calçadista nacional, que emprega diretamente mais de 270 mil pessoas em todo o País. “Preservando a atividade, conseguimos também preservar o emprego dessas milhares de pessoas, que dependem do setor”, destacou o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira.
Pleitos
Entre os pleitos enviados aos poderes públicos, trabalhados em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão: a postergação do pagamento dos tributos federais, cabendo às Federações das Indústrias realizar o pleito nos seus Estados de atuação; a postergação dos vencimentos de empréstimos/financiamentos junto aos bancos públicos; a criação de uma linha de crédito para capital de giro das empresas; a alteração do Reintegra para o seu teto de 5%; a ampliação da desoneração da folha de pagamentos; e medidas para facilitar as negociações de férias coletivas com vistas à preservação dos postos. “A crise provocada pela pandemia certamente irá atrasar, ainda mais, reformas importantes para o setor e que estavam bem encaminhados, caso da Reforma Tributária. Esta não ocorrendo, portanto, é fundamental a ampliação do prazo de fruição da desoneração da folha de pagamentos, bem como a ampliação da alíquota do Reintegra, hoje em apenas 0,1%”, frisou Ferreira.
Orientações
No último dia 13, a Abicalçados enviou materiais de orientação para associados da entidade, empresas que respondem por mais de 70% da produção nacional. Entre as recomendações, está a higienização dos ambientes, evitar viagens, visitas e encontros, disponibilização de infraestrutura com álcool gel para os colaboradores, entre outras medidas de prevenção. “A maior parte das empresas associadas já está adotando as iniciativas, mas existe a necessidade de conscientização também dos colaboradores. É um momento importante, de união e cuidado”, pontuou Ferreira.
Impacto
A Abicalçados também está realizando uma pesquisa de monitoramento diário junto aos associados, com o objetivo de medir o impacto do novo coronavírus na produção do setor. “Já existem relatos de cancelamento de pedidos e solicitações de postergações de entrega e vencimentos. Precisamos desse levantamento para, em conjunto com outras entidades representantes da cadeia, adotar medidas de minimização do impacto na atividade. Todos nós estamos sofrendo, desde o fornecedor de insumo até o varejo”, concluiu o dirigente da Abicalçados.
Com uma previsão inicial de crescimento de 2,2% na produção de calçados, a Abicalçados está refazendo os cálculos para o ano, que serão divulgados nos próximos dias.