“Brasil Rodando Limpo”, programa de logística reversa de pneumáticos, foi será apresentado com detalhes na Pneushow 2022. Já em funcionamento em várias cidades do país, o “Brasil Rodando Limpo” é uma iniciativa da Associação Brasileira de Empresas de Reciclagem de Pneus Inservíveis (Abrerpi). A entidade reúne 14 recicladoras com atuação em 20 estados do país.
De acordo com o presidente da Abrerpi Joel Custódio, as empresas vinculadas à associação reciclam cerca de 180 mil toneladas de pneus anualmente. Segundo ele, o “Brasil Rodando Limpo” otimiza o trabalho e tem potencial para ampliar este volume, levando a reciclagem para várias cidades brasileiras que atualmente encontram enormes problemas com o descarte inadequado.
“Nós criamos uma plataforma digital para sistematizar a logística reversa e permitir a redução de custos com coleta, transporte e armazenamento, tornando economicamente viável este esforço para que o pneu inservível chegue à recicladora”, explica Custódio.
O sistema da Abrerpi e acessado pelo site da entidade e faz a integração de lojistas, coletores e cooperativas de catadores com as recicladoras. “Todos se cadastram na plataforma e alimentam o sistema informando onde existe acúmulo de pneus para que o coletor recolha e entregue na cooperativa de catadores. Assim que a recicladora busca esses pneus e faz a reciclagem, emite um certificado de coleta e destinação ambientalmente adequada comprovando a responsabilidade ambiental dos envolvidos, além de gerar créditos ambientais para fabricantes e importadores”.
Por que reciclar?
Pneus atirados indevidamente na natureza levam 600 anos para se decompor, acumulam água parada e são focos de proliferação dos mosquitos transmissores de doenças graves, como a Dengue. A resolução 416/2019 do Conama responsabiliza fabricantes e importadores pela destinação ambientalmente correta de pneus inservíveis. A reciclagem patinou um pouco no Brasil nos primeiros anos de implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), mas hoje já é uma realidade em boa parte dos grandes centros urbanos do país.
A viabilidade econômica fica condicionada às distâncias entre os pontos de coleta e a recicladora (que não podem ser muito longas), e à existência de demanda na região pelo substrato da borracha que sai da recicladora. Normalmente os pneus inservíveis são picados para serem adicionados na composição do asfalto (aumentando sua resistência e durabilidade), ou cortados em pedaços um pouco maiores (chamados de chips) para utilização como combustível em fornos de cimenteiras.