Máquinas  26/07/2023 | Por: Redação

ABIMAQ

Mercado interno puxa crescimento da receita de máquinas e equipamentos

No mês de junho houve alta nas vendas de máquinas no mercado doméstico de +4,4% em relação a maio


Dados do mês de junho de 2023 da pesquisa Indicadores Conjunturais da ABIMAQ indicaram crescimento na receita líquida de vendas de máquinas e equipamentos, o segundo consecutivo neste tipo de análise. Com isso, o segundo trimestre do ano registrou crescimento de 2,7%. Pela primeira vez no ano, a melhora no resultado foi puxada pelo crescimento das vendas no mercado doméstico. As exportações que vinham registrando forte expansão, inclusive no resultado interanual, na ponta registraram queda. A melhora recente nos resultados da indústria brasileira de máquinas e equipamentos, foi puxada pela ampliação das vendas de componentes para bens de capital, máquinas para infraestrutura e máquinas para logística e construção civil.

No mês de junho houve alta nas vendas de máquinas no mercado doméstico de +4,4% em relação a maio, após o ajuste sazonal. Nas exportações, por outro lado, após crescimento de mais de 30% no mês de maio, o mês de junho registrou queda de 23,5%. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda tanto nas exportações (-7,1%) quando nas vendas no mercado doméstico (-11,1%). Na receita interna, mesmo com resultado ainda inferior ao de 2022, pela primeira vez no ano o setor registrou encolhimento na queda acumulada no ano ao passar de 14,5% até maio para 13,9% em junho.

Exportação 

O setor fabricante de máquinas e equipamentos exportou US$ 1,043 bilhão no mês de junho23, queda de 21,3% em relação ao mês de maio, que havia crescido 35,7% em relação a abril. A queda no mês de junho anulou parte do crescimento de maio, mas manteve o valor exportado no patamar do observado em junho de 2022 (US$ 1,032 bi). 

Dois setores contribuíram para 75% da queda observada em junho, o exportador de máquinas rodoviárias que em maio havia registrado crescimento 70% e o de válvulas, com crescimento em maio de 485%, indicativo de que não se trata de tendência. No ano a indústria de máquinas e equipamentos acumulou crescimento de 18,9% nas suas exportações medidas em US$. Em unidades físicas as exportações cresceram 7,8%

O acumulado deste ano registrou incremento nas exportações de quase todos os tipos de máquinas e equipamentos fabricados pela indústria nacional. Houve queda apenas nas exportações de componentes para bens de capital (-1,3%), puxado pela redução nas vendas externas de motores e geradores. Entre os segmentos com resultados positivos em 202 se destacaram os fabricantes de máquinas para logística e para construção civil, que juntos representaram 32% do total exportado pela indústria nacional de máquinas e equipamentos, e que registraram, no primeiro semestre do ano, crescimento de 28,2% sobre o resultado de 2022. Outro segmento com resultado positivo importante foi o fabricante de equipamentos para extração de petróleo que registrou crescimento de 125,7% no ano, passando a representar 7,3% do total das exportações de máquinas e equipamentos

Importação
 
O mês de junho registrou queda nas importações nacionais de máquinas e equipamentos, em relação ao mês imediatamente anterior (-12,8%). Em relação ao mesmo mês de 2022, por outro lado, as importações continuaram elevadas. No período as importações superaram em 19,4% o nível registrado no ano anterior, ao atingirem US$ 2,239 bilhões contra US$ 1,876 bi em junho de 2022. No primeiro semestre do ano de 2023 as importações superaram as realizadas em 2022 em 14,0%. No período o crescimento dos preços foi de 5,0%, enquanto o número de unidades físicas importadas cresceu 8,3%. Nos primeiros seis meses de 2023 houve retração apenas nas importações de máquinas para infraestrutura e indústria de base (2,6%).

Houve crescimento nas importação de máquinas para a indústria de transformação, para logística e construção, fabricação de bens de consumo, para agricultura e para petróleo. As importações de componentes, bens utilizados em reposição de peças e também na fabricação de bens capital, também registram crescimento no período (+8,9%) passando a representar quase um terço das importações de máquinas e equipamentos do Brasil.

Consumo aparente

O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês de junho registrou alta, com ajuste sazonal, de 3,5% ante o mês de maio, a segunda consecutiva neste tipo de comparação. No período, o aumento dos investimentos foi baseado no maior consumo de máquinas e equipamentos produzidos localmente - as importações encolheram em junho passado.

Em relação ao mesmo mês do ano de 2022 o consumo de máquinas estreitou a diferença, atingiu R$ 31,1 bi ante R$ 32,9 bi em 2022, 5,5% abaixo. O valor acumulado no ano foi de R$ 180 bilhões, 8,0% inferior ao do ano anterior. Entre os diversas atividades produtivas nacionais, as que registraram melhora nos investimentos no período foram as relacionadas a logística e a construção civil.

Capacidade instalada e carteira de pedidos

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos registrou alta de 0,3% no mês de junho, atingindo 75,5% em 2023. Em relação ao junho de 2022 o nível de utilização recente da capacidade instalada ficou 5,1% abaixo. Naquele período o setor atuava com 79% da sua capacidade instalada.

A carteira de pedidos em junho voltou a se recuperar (0,7%), e atingiu 10,8 semanas de atividade. Mesmo após a recuperação, a carteira de pedidos da indústria de máquinas ficou 5% abaixo do resultado do mesmo período de 2022. Abaixo também da carteira média de 2022, que foi equivalente a 11,4 semanas de atividades naquele período.