Máquinas  02/10/2023 | Por: Redação

ABIMAQ

Setor de máquinas e equipamentos tem leve melhora em agosto

Receita líquida cresceu 18,2% em relação a julho. No acumulado do ano, a queda foi de 8,5% em relação ao mesmo período de 2022.


A receita líquida de vendas de máquinas e equipamentos cresceu 18,2% em relação ao mês de julho, anulando parte da queda acumulado no ano. Em relação ao mesmo mês do ano anterior a queda (de 4,4%) ainda prevalece em razão da fraqueza nas atividades do mercado doméstico. No acumulado do ano, a queda é de 8,5% em relação ao mesmo período de 2022. As exportações, mesmo com a desaceleração no mercado global e valorização do Real frente ao dólar, registraram expansão. Os dados são da pesquisa Indicadores Conjunturais da ABIMAQ,

Dentre os segmentos de mercado atendidos pela indústria de máquinas e equipamento se observou, na análise interanual, melhora nos mercados de bens de consumo, componentes e de logística e construção civil.

Desde o inicio de 2022 o setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou encolhimento nas receitas vendas no mercado doméstico. Em 2023, até o mês de agosto, a queda acumulada no mercado doméstico foi de 13,0%, em razão não apenas do forte encolhimento dos investimentos na agricultura, mas também na infraestrutura e indústria de transformação.

Nas exportações, considerando o mesmo período de 2022, houve crescimento de 18,1% em dólares ou 9,3% em reais, que passaram a representar 24,2% da receita total do setor. Em média, de janeiro a agosto de 2022 , as exportações representavam 20,2% da receita líquida total de máquinas e equipamentos.

A valorização de 4,7% do Real frente ao Dólar (de R$/US$ 5,14 em agosto de 2022 para R$/US$ 4,9 em agosto de 2023) não impactou negativamente o resultado das exportações de máquinas e equipamentos. Em agosto do ano passado houve crescimento tanto na quantidade (2,8%) de máquinas exportada quanto nos seus preços (13,7%), na comparação interanual. Assim, o setor fabricante de máquinas e equipamentos exportou US$ 1,464 bilhão no mês de agosto23, alta de 16,3% em relação ao mês de agosto22 (US$ 1,259 bi). Melhora que sustentou o crescimento no ano. No acumulado de 2023, todos os grupos setoriais monitorados registraram crescimento e a indústria de máquinas e equipamentos passou acumulou crescimento de 18,1% nas exportações medidas em dólares. Em unidades físicas as exportações cresceram 6,6%.

Importação

Mesmo com o mercado doméstico consumindo menos máquinas e equipamentos, o mês de agosto registrou nova elevação nas importações de máquinas e equipamentos, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (+12,4%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (10,9%). No mês de agosto de 2023 foram importados
US$ 2,577 bilhões em máquinas e equipamentos contra US$ 2,323 bi em agosto de 22. De janeiro a agosto deste ano as importações superaram as realizadas em 2022 em 13,8% ao atingirem US$ 18,2 bilhões, ou 39,5% do total de máquinas consumidas no país .

Os dados recentes indicam relativa perda de competitividade da indústria local ante o bem importado. Até o mês de agosto de 23 os equipamentos importados ganharam 4 p.p. do consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil.

Consumo aparente

O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês de agosto, registrou crescimento anulando parte da queda acumulada em 2023. Apesar desta melhora, o resultado de agosto foi de R$ 33,99 bi, 5,7% inferior ao do mês de agosto de 22 (R$ 36,04 bi). No acumulado do ano o consumo nacional foi de R$ 243 bilhões, 7,9% abaixo do mesmo período do ano anterior, mas representou uma melhora em relação ao resultado de julho, cujo consumo aparente acumulado representava queda de 8,2%.

No ano houve queda apenas na aquisição de máquinas e equipamentos produzidos localmente (-13,0%). Nas importações em reais houve aumento de 1,3%, elevando a
participação dos bens importados no consumo nacional em 54p.p., de 36% para 40%.

Utilização da capacidade instalada

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos registrou crescimento de 0,5% no mês de agosto, anulando parte da queda do mês de julho de 23 e retornado para 75,4% em 2023. Em agosto o setor operou, em média, em dois turnos.

Em relação a agosto de 2022 o nível de utilização da capacidade instalada ficou 5,6% abaixo. Naquele período o setor atuava com 79,9% da sua capacidade instalada. A carteira média de pedidos do mês agosto de 23 caiu para 10,2 semanas de atividade (-4,7%). Houve melhora apenas no setor fabricantes de máquinas para transformação de metais (+0,6%). No setor fabricante de máquinas para bens de consumo a carteira de pedidos estabilizou depois de ter crescido quase 3% em julho de 23

Emprego

No mês de agosto o setor fabricante de máquinas e equipamentos registrou estabilidade no número de pessoas ocupadas, que em agosto foram 392.826. No ano houve a criação de pouco mais de 2500 postos de trabalho. Mas em relação ao mês de setembro de 2022, período que registrou número recorde de pessoas
empregadas no setor, o quadro de pessoal encolheu em quase 6,5 mil pessoas.

Entre os grupos setoriais produtores de máquinas se observou em 2023 admissões nos produtores de máquinas para logística e para construção civil (1,2%) e máquinas e implementos agrícolas (2,7%).