Dados do mês de setembro de 2023, da pesquisa Indicadores Conjunturais da ABIMAQ, registraram queda na receita líquida de vendas em relação ao mês de agosto, anulando parte do crescimento observado em relação ao mês de julho. Em relação ao mesmo mês do ano anterior também houve queda em razão da fraqueza nas atividades do mercado doméstico. As exportações, mesmo com a desaceleração no mercado global e valorização do Real frente ao Dólar, registraram expansão ante ao mesmo mês do ano anterior.
Dentre os segmentos de mercado atendidos pela indústria de máquinas e equipamento se observou, na análise interanual, melhora apenas no mercado de bens de consumo. Segundo a PNAD, a taxa nacional de desemprego continua recuando e o rendimento médio real está em alta, que combinados com a melhora na inflação auxiliam na reposição da renda e consequente incremento do consumo das famílias.
Desde o inicio de 2022 o setor fabricante de máquinas e equipamentos vem registrando encolhimento nas receitas de vendas no mercado doméstico. Em 2022 a queda foi de 6,9% e em 2023, até o mês de setembro, a queda piorou e chegou a 14,0%, em razão do encolhimento quase que generalizado dos investimentos nacionais.
Nas exportações de 2023, considerando o mesmo período de 2022, houve crescimento de 17,3% em dólares ou 8,5% em reais, que passaram a representar 24% da receita total do setor. Em média, de janeiro a setembro de 2022 , as exportações representavam 20% da receita líquida total de máquinas e equipamentos.
Exportação
Após crescimento de 25,2% no mês de agosto, setembro registrou queda de 20,7%, ante ao mês imediatamente anterior. Assim as exportações voltaram ao nível de US$ 1,2 bilhão no mês. Em relação ao mesmo mês de 2022, as exportações ficaram 11,7% acima. Em setembro daquele ano o setor exportou US$ 1,04 bi em máquinas e equipamentos,
No acumulado de 2023 (até setembro) as exportações do setor atingiram US$ 10,46 bilhões, valor 17,3% superior aos observados no mesmo período de 2022 (US$ 8,92 bilhões). Dados da Funcex indicam que a valorização de 2,4% do Real frente ao Dólar (de R$/US$ 5,13 em Janeiro/Setembro de 2022 para R$/US$ 5,0 no mesmo período deste ano) foi compensada pela melhora nos preços internacionais destes bens - até o mês de setembro houve crescimento de 12% nos preços internacionais de máquinas e equipamentos.
Importação
O mês de setembro registrou queda nas importações de máquinas e equipamentos, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (-17,3%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (6,8%). Com esse resultado parte do crescimento acumulado do ano foi anulado. No mês de setembro de 2023 foram importados
US$ 2,132 bilhões em máquinas e equipamentos contra US$ 2,286 bi em setembro de 2022. No acumulado do ano (até setembro) as importações superaram as realizadas em 2022 em 11,2% ao atingirem US$ 20,31 bilhões, uma retração em relação ao desempenho até o mês de agosto, que era de crescimento de 13,8%.
Mesmo com a desaceleração nas importações, os dados recentes indicam perda de competitividade do bem nacional ante o importado. Até o mês de setembro deste ano os equipamentos importados ganharam quase 4 p.p. do consumo aparente de máquinas e equipamentos no Brasil.
Consumo aparente
O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês de setembro, registrou queda, piorando o resultado acumulado em 2023. O consumo no mês de setembro foi de R$ 30,3 bi, 11,2% inferior ao de agosto (R$ 34,1 bi) e 19,9% abaixo do resultado observado no mesmo mês de 2022 (R$ 37,8 bilhões).
Apesar desta desaceleração no mês de setembro, o terceiro trimestre encerrou com investimentos em máquinas e equipamentos superiores aos registrados no
segundo e no primeiro trimestre, mas bem abaixo dos realizados no 3 tri 22. Em razão deste números, no ano o consumo nacional foi de R$ 274 bilhões, 9,4% abaixo do número do mesmo período do ano anterior, e representou piora em relação às últimas publicações.
Capacidade instalada e carteira de pedidos
O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos registrou queda de 0,2% no mês de setembro, devolvendo parte da recuperação de agosto e atingindo 75,2% em 2023. Em setembro o setor operou, em média, com 1,9 turnos. Em relação ao setembro de 2022 o nível de utilização da capacidade instalada ficou 4,4 p.p abaixo. Naquele período o setor atuava com 79,6% da sua capacidade instalada.
A carteira média de pedidos do mês setembro23 também recuou e atingiu a média de 9,7 semanas de atividade, valor mais baixo do ano. Resultado puxado pela piora nas encomendas de máquinas para construção civil, agrícolas e para a indústria de transformação.
Nos setores fabricantes de máquinas para bens de consumo, componentes e para infraestrutura, houve melhora na carteira de pedido no mês de setembro.
