O ínicio de junho começou com a boa notícia de 1 milhão de veículos emplacados no ano, marca atingida no dia 3, uma semana antes que no ano anterior. Já as exportações tiveram em maio o melhor resultado desde agosto de 2018. Mas o bom ritmo de vendas e de exportações não foi acompanhado pela produção, que teve queda de 5,9% em relação a abril, com 214,7 mil unidades. Na comparação com maio de 2024 houve crescimento de 28,8%, mas a base do ano passado é comprometida pelos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul. No acumulado do ano, a produção ainda é 10,6% superior à do mesmo período do ano passado, somando 1.025,2 mil unidades.
“Tivemos bons resultados de exportações em função do aquecimento do mercado argentino, e uma boa média diária de vendas domésticas em maio, de 10,7 mil unidades. O recuo na produção, prorém, indica perda de participação de vendas para os importados, além de certa cautela dos fabricantes em relação à expectativa de vendas nas próximas semanas”, avaliou o presidente da Anfavea, Igor Calvet.
O emplacamento de autoveículos registrou crescimento de 8,1% no mês de maio, alcançando a marca de 225,7 mil unidades. Automóveis, comerciais leves e ônibus
tiveram bom desempenho, mas o segmento de caminhões manteve o viés de baixa verificado desde abril. Em maio, a queda foi de 2,1% em relação a abril e de 4,2%
na comparação com o mesmo mês de 2024. A elevação da taxa de juros afeta todos os segmentos, especialmente os de caminhões pesados e extra-pesados. De janeiro a maio, os emplacamentos de autoveículos somaram 986,1 mil unidades, 6,1% a mais que no mesmo período do ano passado. A participação de veículos
híbridos e elétricos nesse total foi de 10,4% em maio, maior nível da série histórica, com 22,3 mil unidades.
As exportações mantiveram ritmo elevado de crescimento, com 51,5 mil unidades embarcadas em maio, quase o dobro do volume de maio do ano anterior. No total
de 2025, elas ultrapassaram 200 mil unidades, quantidade que em 2024 só foi alcançada em julho. A alta neste ano já é de 56,6%. No sentido contrário da balança comercial, as importações continuam ganhando terreno, alcançando a marca de 190 mil no acumulado do ano, 39,7 mil unidades apenas em maio. Os modelos estrangeiros representaram 54% do crescimento do mercado brasileiro, sendo que no segmento de automóveis eles responderam por 65% dessa elevação.
“Há um saudável aumento do fluxo comercial com a Argentina, mas no caso dos modelos vindos da China, verificamos um ingresso atípico, beneficiados por uma taxação bem inferior à que vemos em outros países produtores, o que gera uma perigosa distorção em nosso mercado”, alertou Calvet.