Julho registrou pequena elevação nos investimentos em máquinas e equipamentos puxada tanto pela maior aquisição de bens importados quanto produzidos localmente. Foram consumidos no período R$ 36,4 bilhões em máquinas e equipamentos, 8,9% superior ao resultado do mesmo mês do ano de 2024, crescimento de 1,2% ante o mês anterior. Essa melhora resultou em aumento na receita liquida de vendas no mercado interno (14,5%) e também em incremento de importações (2,9%). As exportações medidas em reais, mesmo tendo crescido em relação ao mês de junho, registraram queda de-8,7% na comparação com julho do ano passado.
A receita líquida de vendas superou o resultado de julho de 2024 e atingiu R$ 26,7 bilhões, um crescimento de 7,3%. O resultado do mês de julho foi reflexo do crescimento na receita direcionada ao mercado doméstico (+14,5%). No acumulado de 2025 o setor registrou expansão na receita, mas diminuiu a taxa de crescimento de 15,1% em junho para 13,9% em julho. O desempenho de 2025 foi favorecido pela base de comparação fraca, mas também pela ampliação dos investimentos na agricultura e nas áreas da construção civil.
No mercado interno o setor de máquinas e equipamentos movimentou R$ 19,7 bilhões em julho, alta de 14,5% sobre o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano(janeiro a julho), o setor registrou crescimento de 18,2% em relação a 2024, indicando também desaceleração, embora em ritmo mais lento. Até junho o crescimento acumulado era de 18,9%. Esse desempenho veio em linha com as expectativas. Para os próximos meses a tendência é de manutenção da desaceleração, impactada pela política monetária contracionista agravada pelas tarifas adicionais de 40% sobre os produtos da indústria de máquinas e equipamentos anunciadas pelo governo Trump.
Exportações
As exportações de máquinas e equipamentos atingiram US$ 1.269,13 milhões, crescimento em relação ao mês anterior, mas queda de 4,8% em relação ao mesmo mês de 2024. No ano a queda estabilizou em 4,4%. Parte importante do resultado das exportações observado em 2025 foi explicada pelo recuo nos preços de máquinas no mercado internacional (-2,7%). Em quantum a queda registrada foi de-1,3%.
Apesar da queda, houve, entre os grupos de produtos exportados, incremento nas vendas de máquinas agrícolas e de máquinas para bens de consumo não duráveis. maior crescimento ocorreu nas vendas para os países da América do Sul e em maior escala na Argentina, Chile e Peru. Em 2025 houve mudanças nos principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos. As vendas para a América do Norte caíram 11,6%, enquanto a Europa e a América do Sul cresceram 10,7% e 15,9%, respectivamente. Na América do Sul, o destaque foi a Argentina, com aumento de 52,4% nas exportações, puxado pela ampliação das vendas de máquinas para agricultura (+104%) e para construção civil (+87%). Tambémse aconteceram aumentos das exportações para o Chile (+12,1%) e para o Peru (+18,5%). Para os Estados Unidos, que representaram 26,1% das exportações do setor em 2025, houve queda de10,6% nas vendas, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construçãocivil (-21%), produtos que passaram a representar 44% do total das exportações em2025, ante 51,2% em 2024.
Importações
As importações de máquinas e equipamentos registraram nova expansão no mês de julho, tanto na comparação mensal (+11,3%) quanto interanual (+8,6%) totalizando US$ 2,904 Importações de máquinas e equipamentos (em US$). No ano, as importações alcançaram o montante de US$ 18,61 bilhões, valor 11% superior ao registrado no mesmo período de 2024 e o maior valor da história para o período.
A queda de 4,3% nos preços médios das máquinas importadas ao longo do ano anulou parte da desvalorização do Real (11%) e viabilizou a maior entrada de máquinas, em quantum, no país (+15%).
Em julho as importações foram 2,3 vezes o volume de exportação de máquinas, o que gerou em acréscimo de cerca de US$ 1,6 bilhões ao déficit da balança comercial brasileira.