Máquinas  04/03/2024 | Por: Redação

ABIMAQ

Setor de Máquinas e Equipamentos começa o ano em queda

Em janeiro, as exportações foram a única boa notícia, com aumento de 7,3%


Dados do mês de janeiro de 2024, da pesquisa Indicadores Conjunturais da ABIMAQ, registraram queda na receita líquida de vendas do setor de máquinas e equipamentos. A queda ocorreu tanto na comparação mensal (0,3% com ajuste sazonal) como interanual (-21,7%). No período (janeiro de 2024 em relação a janeiro de 2023), houve queda tanto na receita oriunda de venda no mercado interno quanto externo. As exportações em dólares registraram desempenho positivo (7,3%), mas o Real relativamente apreciado resultou em retorno negativo ao produtor.

Apesar da forte queda na receita do mês, na análise por segmento do mercado se observou crescimento na indústria fabricante máquinas e equipamentos para de bens de consumo não duráveis, segmento que já vinha com melhores resultados no segundo semestre de 2023 em razão a recomposição da renda das famílias.

As receitas de vendas de máquinas no mercado doméstico vêm desde o ano de 2022 registrando retração continuamente. Em 2022 a queda foi de 6,9%, em 2023 de 15,4% e em 2024, o primeiro mês do ano registrou queda de quase 30% em relação ao mesmo mês de 2023, que já tinha sido baixo. Com esse resultado, as receitas de vendas no mercado interno retornaram ao nível da crise fiscal de 2016 – 2017. As exportações, mesmo tendo registrado crescimento em dólares em relação a janeiro do ano passado, tiveram impacto negativo no resultado das receitas em reais em razão da valorização cambial.

Exportação

Janeiro de 2024 encerrou com um total de US$ 1,1 bilhão em exportações de máquinas e equipamentos nacionais. Esse resultado veio abaixo 4,5% do observado no mês de dezembro de 2023 (US$ 1,12 bi), mas 7,3%. acima do mesmo mês de 2023 (US$ 1,0 bi). O ano de 2023 foi marcado pelo desempenho histórico das exportações. No período o setor exportou quase US$ 14 bilhões em máquinas, superando o seu recorde histórico de 2012. Naquele ano, em média a indústria de máquinas exportou US$ 1,16 bi ao mês, patamar próximo do registrado neste início de ano de 2024.

As exportações medidas em quantidades físicas também registraram crescimento neste início de ano. Em relação ao mês de janeiro de 2023 o crescimento foi de 11,5% e em relação a dezembro passado, de 0,3%.

Importação

O mês de janeiro de 2024 registrou crescimento nas importações de máquinas e equipamentos, tanto em relação ao mês imediatamente anterior (4,8%) quanto em relação ao mesmo mês do ano anterior (7,3%).No mês foram importados US$ 2,3 bilhões em máquinas e equipamentos contra US$ 2,1 bi em janeiro de 2023. No mês de dezembro de 2023 as importações foram de US$ 2,2 bilhões.

No período também houve aumento das importações medidas em quantidade física. Em relação a janeiro de 2023 o crescimento foi de 6,6% e em relação a dezembro de 2023, de 10,8% O crescimento das importações ocorreram a despeito da queda no consumo de máquinas consumidas no Brasil, a partir, portanto, do deslocamento da produção nacional.

Consumo aparente

O consumo aparente nacional de máquinas e equipamentos, resultado da soma da aquisição de bens produzidos localmente com os importados, no mês janeiro, registrou queda tanto na comparação com o mês de dezembro de 2023 (-0,4%), com ajuste sazonal, quanto em relação ao janeiro de 2023 (-17,7%) e atingiu R$ 22,9 bilhões.

A desaceleração da atividade nos diversos setores da economia vem impactando negativamente as decisões de investimentos no país desde o ano de 2022 e a falta de competitividade da indústria local subtraindo o mercado consumidor que já é pequeno, dando espaço ao bem importado.

No mês de janeiro apenas 48,7% das aquisições foram de máquinas produzidas localmente. As importações representaram mais de 51% e, desta, 17 p.p  foram de origem chinesa.

Capacidade instalada

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria brasileira de Máquinas e Equipamentos caiu para 71,1% no mês de janeiro e ficou 4,4% abaixo do nível observado no final de 2023 (74,4%). Em média, no período o setor operou com 2 turnos. Nos últimos 12 meses ano o setor atuou em média com 75,3% da sua capacidade instalada.

A carteira média de pedidos, medida em semana para o seu atendimento, durante o mês janeiro estabilizou em 9,2. Dentre os setores fabricantes, os que estão com carteira baixa são os que produzem máquinas destinadas a indústria, para agricultura e para construção civil.