Sustentabilidade  20/10/2025 | Por: Redação

Mobilidade sustentável

CONAREM apresenta cenário da descarbonização da mobilidade no país

Segundo José Arnaldo Laguna, presidente da entidade, "no Brasil, os elétricos não são uma realidade".


Em apresentação no Seminário da Reposição Automotiva, José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM destacou que o volume de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) no país, somando 296 Mton CO2e no Brasil em 2023 é elevado e o Instituto MBCBrasil busca promover soluções técnicas, integradas e adaptadas à realidade nacional para alcançar melhores números.
 
A oferta, distribuição, custo, logística e armazenamento de combustíveis, a transmissão e integração da geração de energia limpa e renovável e a qualificação de mão de obra para novas tecnologias, bem como investimentos públicos e privados em infraestrutura e previsibilidade setorial e segurança jurídicas, são alguns dos desafios da transição energética da mobilidade no Brasil. Foi o que afirmou José Arnaldo Laguna, presidente do CONAREM e membro do Instituto MBCBrasil – Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil, na 31ª edição do Seminário da Reposição Automotiva, promovido, no dia 07 de outubro, em São Paulo-SP, na Fiesp.

Laguna falou sobre a importância da descarbonização da mobilidade no Brasil com soluções técnicas, integradas e adaptadas à realidade nacional, um dos objetivos do Instituto MBCBrasil. "As emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) chegaram a 2.296 Mton CO2e no Brasil em 2023, sendo 91% geradas pelo setor de transporte rodoviário, segundo o SEEG", alertou Laguna, ressaltando que a meta de emissões de GEE estabelecida para 2030 é de redução de 53% e neutralidade em 2050.

Lembrou que a frota circulante somou 48 milhões de veículos em 2024. "Os veículos em 2024 com mais de 11 anos chegaram a 55% do total, 22,6 milhões, e são os que mais geram GEE", enfatizou.

Na visão dele, deverá ocorrer uma multiplicidade nos novos licenciamentos de veículos com diversas rotas tecnológicas, entre elas, etanol, biodiesel, HVO, H₂, biometano, bioelétrico e BEV para alcançar redução do CO2.

Evolução da frota 

Laguna citou que em 2040 deve chegar a 67,7 milhões, sendo 52,4 milhões de carros de passeio (77,3%), 11,4 milhões de comerciais leves (16,8%), 3,9 milhões de pesados (5,8%) e 504 mil ônibus. Em 2040, 68% serão compostos ainda por veículos com motor de combustão interna e mais 20% com combustão combinada, totalizando 88%, o que representa 59 milhões de veículos. Enfatizou: "No Brasil, os elétricos não são uma realidade".

Projeção da demanda de energéticos - Laguna disse que, hoje, há 15 mil postos de recarga de baterias. Para 2040, serão necessários de 500 a 700 mil postos de recarga de baterias. Elevar de 620 TW/ano de energia para mais 380 TW/ano, ou seja, 1.000 TW/ano. Há necessidade de desenvolver 400.000 ton/ano só para mobilidade de H₂, e um crescimento de 100% nos 9 bi litros/ano de biodiesel atuais, somando 18 bi litros/ano.

Em sua apresentação, destacou também algumas iniciativas importantes para a descarbonização, entre elas, instaurar o Programa Nacional de Renovação de Frota e aumentar a penetração do etanol nos veículos flex.