19/12/2019

Indústria química

Receita e produção da indústria química caem em 2019

Faturamento do setor em 2019 deve ser de US$ 118,7 bilhões, 4,2% menor que em 2018


O presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi afirmou que o setor químico teve um ano difícil em 2019, com queda na produção e aumento da participação do produto importado no mercado doméstico, na abertura do 24º Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ), realizado em 2 de dezembro, em São Paulo. 

Além das dificuldades específicas do setor, que é obrigado a pagar pelo gás natural três a quatro vezes mais do que os concorrentes americanos e o dobro dos europeus, o “Custo Brasil” também afeta as empresas brasileiras. “É um sobrecusto de RS 1,5 trilhão ao ano”, aponta De Marchi.  

Em sua visão, a indústria pode se tornar mais competitiva por meio do programa Novo Mercado de Gás, que deverá criar condições para o setor ter acesso ao gás natural a preços competitivos em linha com o praticado no mercado externo. Ações conjuntas dos poderes executivo e legislativo que incluem as reformas estruturais, os acordos comerciais, a criação das Mesas Executivas da Química, de base e especialidades, pelo Ministério da Economia, ajudam a criar uma perspectiva positiva para os próximos anos.   

Segundo a vice-presidente do Conselho Diretor da Associação, Daniela Manique, anunciou que o faturamento do setor em 2019 deve ser de US$ 118,7 bilhões, 4,2% menor que em 2018. O déficit da balança comercial voltou a crescer e deve chegar a US$ 32,1. O volume de produção caiu 3,7% e as vendas internas caíram 1,7% em comparação com o ano passado e a capacidade ociosa atingiu 30% em 2019. 

O Brasil ainda possui a sexta maior indústria química do mundo, mas está se afastando das cinco maiores: China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coréia. “Nossa matéria-prima, energia, custos logísticos e tributos superam os valores pagos pelas empresas nos países concorrentes”, lamenta Daniela. A executiva destacou que a química consome 25% do gás natural destinado à indústria, o que a torna o segmento que mais consome o insumo. “O programa Novo Mercado do Gás é um alento para promover a competitividade”.